ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 22-9-2016.
Aos vinte e dois dias do
mês de setembro do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e trinta e três minutos, foi realizada a chamada, na qual registraram
presença Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Goulart, Elizandro
Sabino, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, João Ezequiel, José Freitas, Jussara Cony, Kevin
Krieger, Marcelo Sgarbossa, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Paulinho
Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o Presidente
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, registraram presença
Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio, Márcio Bins Ely, Mario Manfro e Prof.
Alex Fraga. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se João Carlos Nedel, Clàudio Janta,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Elizandro Sabino e Idenir Cecchim. Às quinze
horas e doze minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada
a ORDEM DO DIA. Após, foi apregoada a Emenda nº 01, assinada por Clàudio Janta,
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 217/16 (Processo nº 2156/16), e foi
aprovado Requerimento de autoria de Clàudio Janta, solicitando que essa Emenda
fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi
apregoada a Emenda nº 01, assinada por Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Carlos Nedel e Kevin Krieger, ao Projeto de Lei do Legislativo nº
218/16 (Processo nº 2157/16), e foi aprovado Requerimento de autoria de João
Carlos Nedel, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à
apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi
apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 217/16 (Processo nº 2156/16),
discutido por Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel, João Ezequiel, Marcelo
Sgarbossa e Prof. Alex Fraga. Na ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria
de Marcelo Sgarbossa, deferido pelo Presidente, solicitando a votação em
destaque da Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 217/16. Foi
votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 217/16, por vinte e dois votos SIM e três votos NÃO, após ser
encaminhada à votação por Marcelo Sgarbossa, Reginaldo Pujol e Clàudio Janta,
em votação nominal solicitada por Reginaldo Pujol, tendo votado Sim Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr.
Goulart, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, João Ezequiel, José Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes
Sprenger, Luciano Marcantônio, Márcio Bins Ely, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro,
Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra e votado
Não Adeli Sell, Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon. Na oportunidade, Adeli Sell
apresentou Declaração de Voto à Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 217/16. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 217/16,
por vinte e cinco votos SIM e dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação
por Reginaldo Pujol e Prof. Alex Fraga, em votação nominal solicitada por
Reginaldo Pujol, tendo votado Sim Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino
Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Engº
Comassetto, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José
Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio,
Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Paulinho Motorista,
Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e votado Não
João Ezequiel e Prof. Alex Fraga. Na oportunidade, Reginaldo Pujol apresentou
Declaração de Voto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 217/16. Em
prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria da Marcelo Sgarbossa,
deferido pelo Presidente, solicitando a votação em destaque da Emenda nº 01
aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 218/16. Em Discussão Geral e
Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 218/16 (Processo nº
2157/16), discutido por Reginaldo Pujol, João Ezequiel, João Carlos Nedel,
Airto Ferronato, Adeli Sell, Prof. Alex Fraga, Clàudio Janta e Marcelo
Sgarbossa. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda n° 01 aposta ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 218/16, por três votos SIM e dezoito votos
NÃO, após ser encaminhada à votação por Prof. Alex Fraga, em votação nominal
solicitada por Cassio Trogildo, tendo votado Sim Airto Ferronato, Guilherme
Socias Villela e João Carlos Nedel, e votado Não Adeli Sell, Clàudio Janta,
Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz,
João Ezequiel, José Freitas, Jussara Cony, Luciano Marcantônio, Marcelo
Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex
Fraga, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Na oportunidade, Adeli Sell
apresentou Declaração de Voto à Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 218/16. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 218/16,
por vinte votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada por Clàudio
Janta, tendo votado Sim Adeli Sell, Airto Ferronato, Clàudio Janta, Delegado
Cleiton, Dr. Goulart, Engº Comassetto, Guilherme Socias Villela, Idenir
Cecchim, João Bosco Vaz, João Ezequiel, José Freitas, Jussara Cony, Luciano
Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Paulinho
Motorista, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra e votado Não
João Carlos Nedel. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 096/16 (Processo n° 1028/16), por vinte votos SIM, em votação
nominal solicitada por Clàudio Janta, tendo votado Adeli Sell, Airto Ferronato,
Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Engº Comassetto,
Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Ezequiel, José Freitas, Jussara Cony,
Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro,
Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 016/16
(Processo nº 1582/16). Às dezessete horas e trinta e quatro minutos, constatada
a inexistência de quórum deliberativo, em verificação solicitada por Dr.
Thiago, foi encerrada a Ordem do Dia. Durante
a Sessão, João Carlos Nedel, Idenir Cecchim e Delegado Cleiton manifestaram-se
acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e trinta e quatro minutos, o
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a
próxima sessão ordinária. Os
trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e Engº Comassetto e secretariados
por Paulo Brum, Engº Comassetto e Delegado Cleiton. Do que foi lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º
Secretário e pelo Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, assumo a tribuna
nesta oportunidade para, com muito orgulho e satisfação, prestar uma homenagem
à classe profissional dos contadores, a qual me honra integrar, comemorando os
71 anos da criação dessa importante profissão no Brasil. A relevância do papel
do contador na sociedade moderna, no mundo inteiro, pode ser avaliada pelo
discurso pronunciado na sessão plenária de encerramento do 15º Congresso
Mundial de Contadores, em 1997, pelo então Presidente da França Jacques Chirac,
que assim descreveu a utilidade social do contador: “O contador desempenha um
papel fundamental na modernização e internacionalização da nossa economia, isso
porque vocês não se restringem a cuidar de contas, vocês são conselheiros e, às
vezes, confidentes das administrações das companhias para as quais têm um
importante papel a desempenhar, especialmente em assuntos sociais e tributários.
Vocês orientam pequenas e médias empresas e sua administração simplificando as
alternativas que ainda são demasiadamente complexas. Vocês desempenham, portanto, um papel no
desenvolvimento das possibilidades de emprego, o que merece um especial registro
de reconhecimento.” Alinho-me a essas considerações do Presidente Chirac, às
quais acrescento que, de lá para cá, houve ainda mais evolução, deixando
distante o tempo em que os contadores estavam ausentes do centro de decisões
organizacionais, sem participar do processo decisório, funcionando apenas como
elementos de apoio, e só então sendo informadas as decisões depois de tomadas.
Esta é a razão da presente homenagem. Ao longo dos anos, muitos conceitos e
preconceitos de caráter simplista eminentemente reducionistas, foram aos poucos
se transformando positivamente, até chegarmos à realidade atual, em que um
número cada vez maior de contadores exerce papel destacado e essencial nas
organizações.
O
novo modelo é um elo fundamental na cadeia da modernidade em constante busca da
eficiência e da qualidade organizacional, que ganhou um perfil profissional
totalmente diferente do tradicional.
A
homenagem ao Dia do Contador que hoje faço, Sr. Presidente, serve então como um
alerta e uma contribuição no sentido de que este mais valorizado e melhor
aproveitado, especialmente, na Administração Pública.
Aproveito,
também, para cumprimentar os integrantes do Sindiconta pelos 28 anos de
fundação, desde que foi o primeiro Sindicato constituído, de acordo com a nova
ordem constitucional no Brasil, em 1988, a ser comemorada em 03 de outubro,
próximo. É meu desejo, sincero, que a profissão de contador se torne cada vez
mais reconhecida, mais necessária, mais eficaz e mais nobre.
Parabéns,
então, aos contadores, pela passagem do dia que lhes é dedicado, estendendo
esses cumprimentos ao Sindiconta, ao Conselho Regional de Contabilidade do Rio
grande do Sul e ao Sescon. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, trabalhadores vigilantes que aqui se
encontram; com certeza, iremos aprovar o projeto que tramita nesta Casa, que
estabelece que todos os bancos em Porto Alegre tenham, durante 24 horas, a
função de vigilante. Esperamos que, no decorrer desta Legislatura, o Município
de Porto Alegre também adote, em suas repartições, a função de vigilante por 24
horas.
No dia de hoje, na cidade de Porto Alegre, como
em todas as capitais do Brasil, tivemos um dia de luta, de manifestação
unitária do movimento sindical em função dos pacotes que o Governo, uma hora,
diz que vai apresentar; outra hora, diz que não vai apresentar; e agora diz que
será em 2017. O Governo diz que irá mexer na previdência social brasileira, diz
que irá mexer em questões pétreas para nós, os trabalhadores. O Governo diz que
vai mexer na previdência social brasileira, porque ela não comporta mais pagar
os aposentados e pensionistas, e ele teme que as pessoas se aposentem e que não
tenha mais dinheiro para pagar as aposentadorias. Eu acho que o Governo, antes
de ameaçar tirar o direito adquirido dos trabalhadores, deveria fazer a lição
de casa. Primeiro, cobrar os inadimplentes da previdência social brasileira;
segundo, buscar recursos, porque a gente vê diariamente o que passa pelo ralo
da previdência, o que não é pago por grandes empreiteiras e grandes empresas e,
também, como é feito o rombo da previdência social brasileira. Buscar alternativas:
uma delas já trouxemos aqui, que é a legalização dos jogos do Brasil. Somente a legalização dos jogos poderá
trazer bilhões para a previdência social brasileira, poderá garantir a
aposentadoria. Nós não vamos aceitar a retirada de nenhum direito dos
trabalhadores. Não vamos aceitar, em hipótese alguma, que sejam novamente os
trabalhadores a pagar a conta. Não vamos aceitar, de jeito nenhum, que sejam os
trabalhadores brasileiros que paguem a conta, como tem ocorrido em todos os
governos. São os trabalhadores que pagam a conta quando aprovam no Congresso
Nacional o fim do fator previdenciário, e este é vetado por má administração
pública, quando os trabalhadores encaminham no Codefat a qualificação
profissional. Isso não é feito, e hoje nós estamos beirando os 12 milhões de
desempregados. Nós vimos pessoas, pais de família procurando emprego. Na nossa
Cidade, esse número está perto de 110 mil pessoas, e a gente diz que tudo que
ocorre em Porto Alegre é culpa do narcotráfico. Será que nós temos 110 mil
pessoas envolvidas com tráfico de drogas, ou nós estamos com 110 mil pessoas
desesperadas à procura de emprego? Então, hoje fizemos um grande dia de luta,
um grande dia em que o movimento sindical brasileiro, todas as centrais
brasileiras, federações, confederações e sindicatos se uniram para dar um
recado ao Governo: “Nenhum direito a menos”. Nós queremos avançar, não são os
trabalhadores que vão pagar a conta; não são os trabalhadores que irão pagar
uma conta que foram eles que fizeram. Ver.ª Sofia, eu não votei no 13 e não
votei no 15. Quem votou no Temer foi a senhora, não fui eu que votei no Temer.
Eu tinha candidato a Presidente da República, eu fiz campanha para o meu
candidato. Realmente, quem deve estar arrependida é a senhora, que não viu as suas
promessas de campanha de serem cumpridas; não viu a redução da jornada
acontecer; não viu acabar a terceirização; não viu os avanços necessários neste
País. Eu, com certeza, não saí das ruas. Eu, com certeza, continuo nas ruas.
Essa espinha não se curvou e não se curvará na defesa dos interesses dos
trabalhadores e suas famílias. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu faço questão de assinalar, de forma muito objetiva, que nós
estamos na tribuna como Líder dos Democratas e não como Líder do Governo,
porque o assunto sobre o qual eu vou me manifestar é uma opinião dos Democratas
a respeito dos dois primeiros projetos que, dentro em breve, nós haveremos de
votar ainda no dia de hoje, que decorrem especialmente de uma exigência
constitucional e que, lamentavelmente, somente agora, no final do mês de setembro,
a dez dias das eleições municipais, limitadoras da obrigação, nós iremos
enfrentar. Eu quero, antes de mais nada – espero que com o apoio do Ver. Idenir
Cecchim –, dizer que, desde a Legislatura anterior, eu venho concitando a Casa
de que enfrente esse assunto, essa exigência constitucional, com maior
antecedência, evitando decisões de última hora como essa que nós vamos tomar no
dia de hoje. A verdade é que eu tomei conhecimento agora das propostas, mas são
só dos números que eu estou tomando conhecimento, porque o teor é repetitivo,
e, evidentemente, não me surpreende que assim esteja escrito. A minha
referência é, fundamentalmente, com relação aos números. Esse engessamento que
nós estamos fazendo, da remuneração dos futuros Vereadores desta Casa, nós
estamos decidindo hoje não só sobre os nossos vencimentos, mas sobre os
vencimentos dos futuros Vereadores desta Casa, do futuro Prefeito, do futuro
Vice-Prefeito e as consequência daí advindas. Sendo que, Sr. Presidente, na
maior de todas, ao meu ver, é criar um verdadeiro paradoxo. E vários Municípios
do Rio Grande do Sul, ao fixarem os vencimentos dos Vereadores e do Prefeito,
com muita possibilidade, deverão fixar vencimentos superiores ao do Prefeito de
Porto Alegre e dos Vereadores da nossa Cidade. Sei que estamos em um período
especial na vida política brasileira, onde a austeridade é solicitada como uma
contribuição de todos, não me furtaria de apoiar qualquer medida sensata nesta
direção, mas acho que o engessamento, puro e simples, da proposta se constitui,
ao meu juízo, um equívoco que historicamente eu não gostaria de subscrever.
Acho que, naturalmente, hoje existe uma manifestação da grande maioria da
opinião pública de resistência aos Parlamentares, aos Parlamentos e às suas
respectivas remunerações. E que não raro o justo acaba pagando um preço pelo o
que não praticou. Os descalabros, os exageros de vários Parlamentos brasileiros
não podem, de maneira nenhuma, modelar uma decisão de uma Casa austera como tem
sido, ao logo do tempo, para a nossa alegria, o Parlamento da cidade de Porto
Alegre.
Então,
Sr. Presidente, com toda a serenidade, com toda a traquilidade e com a maior
transparência possível, eu estou aqui fazendo uma manifestação, quem sabe, para
que neste momento final haja um entendimento entre as Lideranças e que se possa
não estabelecer simplesmente os valores que constam na proposta inicial. Eu
estaria disposto a acompanhar os demais Líderes, se assim vierem a sugerir, ao
que eu chamaria de uma proposta de bom senso e capaz de retirar essa situação
que hoje vigora em Porto Alegre, onde a remuneração dos Vereadores é quase
igual aos dos Vereadores do Município vizinho de Canoas, que sabidamente tem
uma receita muito melhor que a nossa e, mais do que isso, exige dos seus
Vereadores uma intensidade de trabalho diferente da nossa. Digo, por final, que
não tenho o menor temor de ser acusado de estar laborando em causa própria,
porque, assim, não o estou fazendo. Quem vir a minha declaração de imposto de
renda, transparente como qualquer brasileiro e, muito especialmente pelo
detentor de cargo publico, verá que o meu acúmulo no passado e as
aposentadorias que tenho me dão uma situação privilegiada nesse particular para
dizer que se acrescem à remuneração de Vereador valores quantitativamente
maiores que qualquer uma alteração na remuneração que vier aqui ser
estabelecida. Então não tenho esse temor, sei que, às vésperas de eleição, tudo
é válido e tudo pode ser mal interpretado. Corro o risco, mas me sinto no dever
e na responsabilidade de fazer esse alerta e esse apelo aos meus colegas
Vereadores; se serei ouvido ou não, é outro problema. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, prezadas e prezados vigilantes que aqui acompanham e que, em
seguida, terão o seu projeto, com certeza, aprovado – parabéns pela sua luta.
Falo aqui na Liderança do PT, Ver. Engº Comassetto, que tomou essa iniciativa,
Ver. Adeli Sell, Ver. Marcelo Sgarbossa, para registrar este dia de luta, dia
em que todas as centrais sindicais chamaram de paralisação, de reação ao ataque
aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que se avizinha neste País. Para
quem aqui responsabiliza o nosso voto na Dilma para eleger o Temer, quero
deixar muito claro que quem “impitimou” a Dilma e não “impitimou” o Temer é que
nomeou o Presidente. Mais do que nomeou o Presidente, autorizou o programa que
ele claramente divulgou nos meses anteriores ao impeachment e que chama “ponte para o futuro”, e nós chamamos de “pinguela para
o atraso”. O Temer e o PMDB divulgaram seu programa antes do impeachment, portanto nenhum partido é
ingênuo, nenhuma Central Sindical é ingênua de ter feito o impeachment da Dilma, de ter empoderado o Temer sem saber que ele
faria exatamente o que está fazendo, Vereadores e Vereadoras. As mudanças na
previdência estavam previstas no programa Temer golpista; as mudanças no marco
regulatório do Pré-Sal, para entregar as nossas riquezas, estavam previstas no
programa Temer golpista, de Temer e seus aliados. Os limites de gasto com
saúde, com educação, os limites dos gastos públicos que vão atingir diretamente
os salários dos nossos servidores, mas que vão atingir diretamente o
atendimento lá na ponta, na educação e na saúde da população, portanto na
segurança da população. Isso estava previsto e anunciado pelo programa Ponte
para o Futuro, do golpista Temer.
As
Centrais Sindicais estão na rua, porque tudo que foi falado está acontecendo;
na maioria, construída de forma artificial e interesseira, sim, também, para
abafar a Lava Jato, mas principalmente para favorecer o rentismo neste País,
para que a crise capitalista seja paga pelos trabalhadores As Centrais
Sindicais estão nas ruas, e espero que algumas estejam arrependidas, sim, do
que fizeram, porque, se não concordavam com o segundo Governo Dilma, deveriam
ter trabalhado com eleições diretas, com redução do mandato, com plebiscito,
para perguntar à população, porque foi ela quem votou. Usurparam a democracia
brasileira elegendo um Presidente sem ser pelo voto direto, porque é essa forma
pela qual nós elegemos Presidente neste País.
Nesses
programas, nesses ataques, está a instituição do negociado acima do legislado.
Ora, vejam, cai a CLT, cai a luta dos trabalhadores conquistada, consagrada na
CLT, caem as vitórias da época de Getúlio Vargas, a nossa identidade de
trabalhadores e trabalhadoras do povo brasileiro. Agora, se negocia, leva; se
não negociar, não tem lei que ampare. Nós já estamos vivendo isso na
terceirização, e infelizmente o alargamento dela para as atividades-fim foi
algo apoiado pelos golpistas e por aqueles que apoiaram este Governo interino.
Essas lutas estão nas ruas hoje, continuarão e não deixarão em paz um governo
que tenta não só desrespeitar o voto do povo brasileiro, mas também
desrespeitar a sua história, a luta, o sangue, o suor, a morte de milhares de
brasileiros que, a duras penas, construíram um patamar democrático e de
proteção do trabalho, que é a CLT, que são as nossas conquistas na previdência.
Nós sabemos que a nenhum lugar chega um programa como esse. Não vale quem
defende Temer vir aqui se queixar dos desempregos, porque uma proposta que
enxuga as contas públicas, que reduz a intervenção do Estado, é para produzir
mais desemprego sim, é para frear desenvolvimento sim, e nós não estamos
alinhados com isso. Então, quando dizemos: “Fora Temer”, quando dizemos “não ao
golpe”, estamos dizendo não à retirada de direitos dos trabalhadores e
trabalhadoras, não à usurpação da democracia brasileira, eleições diretas já.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Elizandro Sabino está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ELIZANDRO
SABINO: Sr.
Presidente, Ver. Cassio; colegas, senhores e senhoras, cada um que nos escuta,
também a arquibancada, a todos que nos assistem pela TVCâmara, colegas
Vereadores. Neste momento, falando pela Liderança, agradeço aos colegas a
oportunidade dessa fala para tratar de um tema muito importante para a nossa
Cidade no que diz respeito à questão habitacional. Nós estamos vivendo um
momento especial na cidade de Porto Alegre. E nesse momento que vivenciamos,
sempre, por tradição, se fala e se tem uma cultura a respeito do momento
eleitoral, momento em que ocorrem ocupações, invasões e manifestações. Isso é
salutar e natural do processo que vivemos ao longo do anos, desde a
redemocratização do Brasil. Nós, no período em que estávamos ali no DEMHAB,
juntamente com o Dr. Goulart, atuando como coordenador jurídico, naquela
ocasião, vivenciamos situações que trazem à luz, à semelhança do que vivemos em
cada período eleitoral, em cada período em que a cidade de Porto Alegre – uma
cidade profundamente politizada – vivenciou, que é a situação das comunidades
irregulares, a situação das ocupações
e a consolidação de muitas dessas ocupações na busca da sua regularização.
Regularização fundiária que ocorre através de um processo que é judicializado e
por outras vias, através de uma interlocução e uma articulação política, porque
é necessária a articulação política com o Executivo Municipal ser de forma
propositiva, dialogando com essas comunidades. Aqui, como Presidente da CUTHAB,
neste ano, a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação juntamente com o
Ver. Paulinho Motorista, que atentamente me escuta, Ver. Engº Comassetto,
demais colegas, Ver.ª Fernanda Melchionna, Ver. Delegado Cleiton, nós temos
dialogado com as comunidades e muitas vezes atendido as demandas que chegam ao
Parlamento, ao Legislativo Municipal, no que tange às necessidades básicas,
entre elas, a questão da saúde, o atendimento à saúde, que, em alguns casos,
diante da negativa, nós temos feito a interlocução junto à Secretaria da Saúde.
E o Secretário da Saúde, de forma muito propositiva, tem trazido a esta
Comissão, à CUTHAB, retornos no sentido de solução e a busca da solução no
atendimento das pessoas que estão nas comunidades em situação de
irregularidade. Bem, o atendimento à saúde, o acesso à água, que é um bem
essencial a cada uma das pessoas que está nas comunidades periféricas da nossa
cidade é algo que se impõe, é necessário, e nós não podemos abrir mão dessa
necessidade.
Portanto,
nesse sentido, nós queremos trazer um retorno para aqueles que nos assistem que
dentro de poucos dias nós estaremos, de uma forma muito propositiva, dando
continuidade a esse trabalho da CUTHAB, da Comissão de Urbanização, Transportes
e Habitação, para o enfrentamento de temas como esse, a questão da urbanização
da cidade e regularização fundiária de ocupações, bem como a questão do
transporte. Nós estaremos enfrentando nos próximos dias a discussão da
regulamentação de aplicativos para o transporte, e a CUTHAB, a Comissão de
Transporte, que é uma Comissão Permanente, estará também, de forma ativa,
trazendo esse debate, participando desse debate. Portanto, nós queremos
agradecer a todos, a todos os colegas Vereadores e a todos que têm acessado e
encaminhado as suas demandas para a Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação e estaremos dando continuidade ao trabalho que tem se desenvolvido
aqui na cidade de Porto Alegre. Pela atenção, muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, casa nova, ânimos bem transparentes de bondade. Hoje de manhã, Ver.
Kevin Krieger, passei cedo pelo Parque da Redenção e encontrei o seu candidato
lá gravando. Gostei porque, gravando na Redenção, encontra iluminação nova, o
espelho d’água renovado, era a cidade maravilhosa. Depois tem uma coisa, eu
lembro que o primeiro local que alguém que é do Interior e que não conhece a
cidade vai passear é na Redenção. Não é assim que acontece? Não conhece a cidade,
vai à Redenção, e não se perde. Agora tem um outro lugar que era bom de fazer a
gravação, que é no Viaduto Otávio Rocha. Lá também o candidato não se perderia
e enxergaria a realidade do Vice-Prefeito dele. Então esses são alguns locais
que eu queria sugerir a esse candidato para ajudar, já que o partido da Sofia e
nem o PSOL, até estranhei que durante toda a campanha o PSOL, o PT e o PSDB
estão juntos, um não critica o outro. Até estranhei isso, Ver. Janta, não sei o
que houve. Estão todos trabalhando na mesma direção. Acho isso interessante,
mas isso é a política, são as tais coligações. Ou os tais confrontos de ideias,
só que há confronto de ideias fora da televisão; na televisão, são todos
juntos, mas tenho certeza de que isso começa a mudar porque estamos a 12 dias
do primeiro turno da eleição, do primeiro turno. Nós temos aqui um ponto alto
que quero registrar: não tenho tido nenhum problema com nenhum candidato a
Vereador, nenhum problema, nada, não disputei espaço de colocar propaganda, não
tive nenhum confronto com nenhum, nem do PCdoB, nem do PSOL, de ninguém, todos
fazendo a sua campanha honesta, reta, e isso precisamos registrar também. Tem
que registrar aqueles que estão pedindo voto na rua, com responsabilidade, com
lisura. Nesse ano, todo mundo com muito pouca munição, mas com muitas ideias,
muito boa vontade, estamos fazendo uma campanha limpa, Ver. Dr. Goulart, uma
campanha franciscana em todos os sentidos. São Francisco cuidava das pessoas e
dos animais sem recurso nenhum, então essa campanha literalmente é franciscana,
Dra. Lourdes; São Francisco que nos ajude a cuidar dos animais, e Jesus Cristo
nos ajude a chegar no final destas duas semanas com amor, fazendo essa campanha
tranquila, sem ódio no coração. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às
15h12min): Havendo quórum,
passamos à
Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver.
Clàudio Janta, ao PLL nº 217/16.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Clàudio Janta, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLL nº 217/16 à
apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo a Emenda nº 01, de autoria dos
Vereadores João Carlos
Nedel, Idenir Cecchim, Guilherme Socias Villela e Kevin Krieger, ao PLL nº
218/18.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
João Carlos Nedel, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLL nº
218/16 à apreciação das Comissões, para Parecer. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2156/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 217/16, de autoria da Mesa Diretora, que fixa os
subsídios mensais do presidente e dos demais vereadores da Câmara Municipal de
Porto Alegre para a XVII Legislatura, período de 1º de janeiro de 2017 a 31 de
dezembro de 2020, e dá outras providências.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral
Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 22-09-16.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o
PLL nº 217/16. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir
o PLL nº 217/16.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, eu retomo ao debate em todos esses projetos de lei na medida
em que já, anteriormente, em liderança, esbocei alguns comentários acerca dos
mesmos. Vejo agora, inclusive, Sr. Presidente, que nós estamos na iminência de
aumentar o paradoxo. Percebo, com toda a clareza, que a tendência da Casa é
acompanhar o projeto de lei proposto pela Mesa, especificamente quanto aos
valores estabelecidos para remuneração dos integrantes desta Casa e também do
seu Presidente, na medida em que, nos itens 1 e 2 do art. 1º do projeto de lei
em discussão, são fixados os subsídios do Presidente da Câmara e dos demais
Vereadores.
Na
Casa, também, concomitantemente com uma emenda do Ver. Janta a esse projeto, há
uma emenda firmada pelo Ver. Nedel, pelo Ver. Idenir Cecchim – acredito – e por
outros Vereadores, que se refere exclusivamente à remuneração do Sr. Prefeito
Municipal e do Sr. Vice-Prefeito. Afirmo, com toda a certeza, que se aprofunda
o desgaste e há um verdadeiro capitis
diminutio da representação parlamentar. Hoje, o que funciona, Sr. Presidente,
é uma escadinha. O Vereador tem um vencimento, o Prefeito tem 1,5 desse mesmo
vencimento. A perdurar a emenda no próximo projeto, nós teremos que o Prefeito
terá praticamente o dobro da remuneração do Vereador. Eu entendo perfeitamente
bem, os colegas que buscam fazer essa correção parcial, porque eles sabem
perfeitamente bem que é injusto, que não é correto se manter uma
remuneração congelada do Chefe do Poder Executivo Municipal; e que não se
tratando de benefício em causa própria, já que neste particular ninguém poderá
acusar o Ver. Nedel, ou o Ver. Idenir Cecchim, ou os Vereadores que isso estão
propondo, está querendo melhorar a sua remuneração. Mas, mesmo reconhecendo
essa boa intenção, eu não posso deixar de estabelecer que aumenta o paradoxo e
que reduz a figura do Vereador, que pode ter os seus vencimentos achatados
enquanto o Prefeito, por decisão da Casa, que haverá de vir, não terá idêntico
tratamento. Evidente que nem eu e nem os 35 integrantes da Casa sabem quem será
o próximo Prefeito, se será o meu candidato, ou do Ver. Alex, ou do Ver. Kevin,
ou do Ver. Janta, ou de quem o for.
E, evidentemente, com isso, nós estaríamos
absolutamente descompromissados de qualquer nova injustiça que sobre nós
recaísse. Mas nada disso afasta essa discussão que estou estabelecendo com toda
correção de que o achatamento, na medida em que fixemos a remuneração do
Vereador, torna até dispensável a sua emenda, Ver. Janta, que autoriza os
Vereadores a ceder parte de seus vencimentos a entidades caritativas, coisa que
ninguém está proibido de fazer, todos podem fazer. Eu faço e não declaro,
porque não faço para ter retorno disso. Ajudo algumas entidades excelentes que
fazem um bom trabalho e me sinto muito feliz em ajudá-las e não preciso estar
dizendo para todos que assim faço. As entidades sabem, porque, rigorosamente,
recebem contribuições da minha parte, que procuro ajudá-las; faz parte da minha
decisão pessoal.
Então, Sr. Presidente, mais uma vez, no apagar
das luzes, eu levanto a situação, na mesma linha que se está corrigindo outro
projeto de vencimentos do Prefeito e do Vice-Prefeito, na mesma proporção. Por
que não corrigir os vencimentos
dos Vereadores que serão eleitos no dia 02 de outubro, vindouro, e que poderá
ser muitos de nós, ou não, porque só as urnas irão decidir quem estará na Casa,
no próximo ano, porque outra não é a forma legal possível. Ninguém chega aqui a
não ser pelo voto, pelo mandato popular e pela aquiescência da comunidade.
Então,
Sr. Presidente, em defesa dos outros Vereadores, dos Vereadores da próxima
legislatura - onde queira Deus, eu possa estar incluído -, eu estou insistindo
e renovando, quem sabe a gente corrige, pelo menos, parcialmente, o que eu
considero uma injustiça que está sendo feita com os integrantes da próxima Legislatura.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para discutir o PLL nº 217/16.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, esse Projeto que estamos discutindo, está fixando a mesma
remuneração, os mesmos subsídios dos Vereadores que hoje percebem R$ 12.900,00
bruto, e que, líquido, dá aproximadamente R$ 9 mil para a próxima Legislatura.
Não vamos ganhar nenhum aumento.
Eu
vim aqui dizer que tentamos fazer um consenso entre os Vereadores, os quais não
concordaram em aumentar. Eu estou então seguindo esse resultado da decisão
entre os Vereadores.
Mas
eu quero informar à sociedade da injustiça que estão cometendo com os Srs.
Vereadores. Eu estou aqui há 20 anos e vou sair daqui em breve, ou daqui a
quatro anos, com a minha aposentadoria de INSS de R$ 2.200,00. Por quê?
Senhoras e senhores, que fique muito claro que Vereador não tem aposentadoria,
nada, zero; Vereador não tem plano de saúde, zero; não tem vale-alimentação, não tem FGTS, não tem vale-transporte, não tem seguro de vida. Se algum
Vereador vier a falecer, provavelmente, a viúva vai ter dificuldade de pagar as
despesas. Não tem seguro de vida, repito; não tem automóvel da Câmara, não tem
motorista da Câmara, não tem auxílio-moradia. Eu quero deixar isso claro para a
sociedade, que, às vezes, pensa que um Vereador recebe um grande salário, todos
os benefícios; não, não temos nenhum benefício, e o subsídio também não é
adequado. Vamos para a próxima Legislatura sem nenhum aumento, e a inflação
está aí, e nós vamos ter dificuldade para manter os próximos Vereadores nesta
Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Ezequiel está com a palavra para discutir o PLL nº 217/16.
O SR. JOÃO EZEQUIEL: Boa tarde, Presidente; boa tarde, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores;
trabalhadores da Casa, colegas servidores; vigilantes que estão aqui hoje na
luta, na batalha pelo seu projeto; colegas trabalhadores – porque eu também sou
um trabalhador, sou servidor municipal de Porto Alegre, trabalho na Vigilância
em Saúde e no Hospital Presidente Vargas –, eu quero dizer para vocês que, ano
após ano, os municipários de Porto Alegre vêm fazendo uma luta para garantir o
reajuste da inflação, que o Governo atual Fortunati/Melo insiste em pagar
parceladamente, sem retroatividade. Eu estou dizendo isso, colegas, porque
vieram Vereadores aqui defender o subsídio dos Vereadores, que, neste momento,
este projeto não está aumentando, é verdade. Mas eu quero dizer que o
Presidente desta Casa recebe,
atualmente, R$ 16. 231,16. Eu quero dizer aqui que cada Vereador e cada
Vereadora desta Casa recebe aqui R$ 12.984,00. Quero dizer aqui também que eles
estão dizendo que não houve reajuste. Teve Vereador aqui, que me antecedeu,
falando que não houve reajuste, que o salário está sendo fixado. Eu quero dizer
aqui que isso não condiz com a realidade. Os Vereadores de Porto Alegre tiveram
o reajuste da inflação em uma vez só. Foram reajustados, sim, este ano, com a
inflação de 9,28%, em uma vez só, enquanto os municipários de Porto Alegre
ainda não receberam a terceira parcela de reajuste, e a quarta parcela está
para o ano que vem. Dos 9,28% de reajuste dos municipários de Porto Alegre,
apenas duas parcelas foram pagas, não chegando à metade dos 9,28%.
Portanto,
quero deixar registrado aqui que a Bancada do PSOL foi contra o reajuste da
inflação para os Vereadores, porque consideramos esses valores já muito altos.
Então, um projeto que vem para cá para fixar, para manter os salários como
estão... Claro, nós somos favoráveis, inclusive somos favoráveis que esses
valores sejam diminuídos, inclusive isso, porque a maioria da população, a
maioria dos trabalhadores não chega a um terço do que está colocado aqui. Não
chega a um terço. E a maioria, de verdade, se pegarmos os trabalhadores das
pseudocooperativas, se pegarmos os trabalhadores dessas empresas terceirizadas
que estão dentro do Município de Porto Alegre, surrupiando dinheiro público,
pagando salários miseráveis aos trabalhadores... Nós estamos falando, gente, de
salário de R$ 900,00, Ver. Nedel. Nós estamos falando de salários que muitas
vezes são de R$ 800,00, para trabalhadores de higienização, para trabalhadores
de portaria, inclusive vigilantes terceirizados. Então, queremos deixar aqui
nossa posição do PSOL. É claro que somos contra o aumento de salário para
Vereador. Nós não estamos vivendo uma crise? Não estão alardeando para a
imprensa, os próprios Vereadores, Deputados, Senadores, não estão anunciando
que o Brasil vive uma grande crise? Mas se vivemos uma grande crise, por que os
Vereadores têm que receber esses salários? Então, coloco aqui a posição do
PSOL. Nós, inclusive, gostaríamos, Vereador, que esses salários fossem
diminuídos.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu só queria lhe lembrar que nós poderíamos estar recebendo R$ 15
mil desde 2013, e agora, em 2016, estamos recebendo R$ 12.900,00, o bruto, o
que dá aproximadamente R$ 9 mil. Mas V. Exa., pela emenda do Ver. Janta, pode
devolver os seus subsídios, se o senhor quiser. Se acha muito, V. Exa. pode
devolver.
O SR. JOÃO EZEQUIEL: Só para complementar, Presidente.
Primeiro, V. Exa., Ver. Nedel, sabe que eu sou Suplente de Vereador, que eu
assumo algumas vezes aqui nesta Casa, eu não estou aqui o ano inteiro; mas, com
certeza, a nossa bancada, o Ver. Prof. Alex e a Ver.ª Fernanda Melchionna
devolvem sim aquilo que foi aumentado para além do salário. Então nós já fazemos
isso, Vereador, os Vereadores do PSOL já fazem isso. E se o salário dos
Vereadores for aumentado, nós continuaremos fazendo isso. Nós somos contra o
aumento do salário de Parlamentares, que fique muito claro aqui. Muito
obrigado.
Quero
dizer para os vigilantes que nós estamos com vocês para esse projeto de ter
vigilante 24 horas nas agências bancárias.
O Sr. Dr. Goulart: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu tenho que deixar registrado, com toda admiração que tenho por V.
Exa., que a sua ideia é, no mínimo, insensata.
O SR. JOÃO EZEQUIEL: Não é o que acha a população, Vereador! A
população acha que os Parlamentares ganham muito!
Muito
obrigado, já fiz a minha fala e quero agradecer a todos. Um abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a
palavra para discutir o PLL nº 217/16.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todas e a todos. Estamos
inaugurando o plenário, o Maracanã, como o Ver. Bosco está colocando. É uma
pena que a nossa sugestão, no início do mandato, não foi acolhida ainda, a
ideia de nós ficarmos aqui, no mínimo, de lado para as galerias e não de
costas. Acho que isso tem uma questão conceitual. Poderíamos, nesta
Legislatura, puxar as mesas e nós, Vereadores, ficaríamos de frente, e não de
costas, para o plenário.
Infelizmente,
estamos aqui perto do dia das eleições e, por lei, temos que votar a questão do
subsídio dos Vereadores. Eu gostaria de fazer um desafio à imprensa, porque a
gente sabe que amanhã virá uma paulada da imprensa. Realmente, teríamos hoje a
possibilidade de fazer o aumento do subsídio e não estamos fazendo. Estamos
mantendo como está, mas dificilmente a imprensa divulgará isso, porque hoje
teríamos a possibilidade de aumentar e não será aumentado. Então, o primeiro
passo é este: um desafio para que a imprensa divulgue que hoje os Vereadores
mantiveram e não aumentaram. É um desafio que faço.
O segundo é
escutar aqui o Ver. Nedel e realmente saber, Vereador, que o senhor está aqui
há 20 anos, o Ver. Pujol há mais tempo e muitos Vereadores, mas precisamos
fazer o debate no sentido de que se a atividade parlamentar é algo que, digamos
assim, é uma profissionalização indevida. Acho que nós temos a oportunidade de,
a cada quatro anos, de não concorrermos. Portanto, eu me sensibilizo e talvez
aconteça comigo. Eu não quero estar aqui daqui a 10 anos, 20 anos, talvez mais
quatro anos já seja o suficiente, mas a atividade parlamentar deve ser uma
vocação. Nós fizemos um projeto para tentar transferir as Sessões para a noite,
limitar em duas, e colocar as reuniões das Comissões antes das Sessões
plenárias, transferindo essa atividade do plenário para duas noites por semana.
A ideia do projeto é, primeiro, permitir que as pessoas assistam às Comissões e
assistam ao que acontece no plenário. E o segundo é fazer um questionamento se
não deveríamos, ao longo do dia, termos a nossa atividade profissional que,
infelizmente, hoje nos impede, pois temos que estar aqui quatro... Fomos
eleitos para isso, então, minimamente, um Vereador, uma Vereadora deve estará
aqui, no plenário, na Câmara, durante as três tardes e mais na reunião das
Comissões, nas terças-feiras. Então, realmente, é difícil manter uma atividade
profissional, porque temos que estar aqui durante quatro turnos por semana,
justamente no horário de trabalho. Fica aqui o convite para pensarmos essa
atividade, não é nenhuma novidade, pois no Interior todo é assim, talvez em uma
ou outra cidade que não, talvez Caxias, se não me engano, tem alguma Sessão à tarde,
mas, no mais, as Sessões são à noite. E nós sabemos, quando me dizem assim:
“Marcelo, mas somente com duas Sessões nós não vamos debater os assuntos da
Cidade”. Olha, o maior exemplo disso é que, na última Sessão do ano, este
plenário vota, aprova ou rejeita uma média de 50 projetos de lei, Ver.
Reginaldo Pujol, num dia, na última Sessão do ano. Então, essa justificativa de
que precisamos de mais tempo para debater, me desculpem, ela não cola. Sabemos
que aqui as coisas passam muito pelo acordo de líderes, por um entendimento
anterior e não pelo que se fala aqui da tribuna. A tribuna é importante
logicamente, mas eu, raras vezes, presenciei uma mudança de posição de algum
Vereador pelo que se falou aqui na tribuna.
Então,
fica o desafio à imprensa, que fiz aqui no início, e esse convite para nós
pensarmos se a nossa legitimação na sociedade não depende de pensar diferente,
porque, ao contrário do que é hoje, se chegamos aos lugares e as pessoas se
sentem autorizadas a nos ofender, nós precisamos ser valorizados, porque nos
doamos para a causa pública.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, eu agradeço, sinto-me muito à vontade porque não sou
candidato, não concorro. V. Exa. está propondo para votarmos em uma outra
oportunidade?
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Não, nós vamos votar hoje, porque a lei
nos obriga a votar antes das eleições. Estou falando de um outro projeto que
tramita na Casa – quero agradecer aos Vereadores que assinaram para poder
tramitar essa mudança de Regimento –, justamente transferindo as Sessões para a
noite e reduzindo em duas Sessões durante a semana.
Então,
fica o convite para abrirmos esse debate. Depois, sobre as emendas, em especial
a emenda do Ver. Clàudio Janta e o aumento do Prefeito, nós vamos debater
oportunamente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a
palavra para discutir o PLL nº 217/16.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde Sr. Presidente, Sras. Vereadoras
e Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara. Eu
gostaria de iniciar a minha fala parabenizando a Mesa Diretora pela
sensibilidade e bom senso em propor um projeto para a manutenção dos subsídios,
sem reajuste, sem aumento de vencimentos, visto que é notório, pelo menos a
partir das falas da atual gestão da Prefeitura Municipal, Sr. Fortunati e Melo,
de que a nossa Cidade passa por uma severa crise, uma crise muito grave,
inclusive uma crise utilizada por esses senhores para ameaçar os funcionários
ou deixá-los em alerta com relação à possibilidade de parcelamento dos salários
dos funcionários municipais. Desde o início deste ano, os municipários se veem
aflitos com a possibilidade de terem os seus vencimentos parcelados, ameaça
feita e reiterada pelo Prefeito nos veículos de comunicação, nos moldes em que
faz já há muito tempo o Governador do Estado José Ivo Sartori, do PMDB, mesmo
partido do atual Vice-Prefeito Sebastião Melo. Portanto, os municipários
conhecem essa crise nas suas costas, no seu lombo. O trabalhador, aquele que é
responsável pelo serviço público, está sofrendo as consequências dessa aparente
crise financeira. O incrível é que na prestação de contas da atual gestão para
o ano passado o nosso Município foi superavitário, as contas do município de
Porto Alegre estavam no azul. E agora, misteriosamente, quando começou a se
aproximar o momento do reajuste dos municipários, a Cidade caiu numa profunda
crise. Então, devido à possibilidade de enfrentarmos dificuldades no nosso
Município, eu acho muito sensato por parte da Mesa Diretora manter os subsídios
para o ano que vem. Destacando um ponto que muito bem foi lembrado pelo meu
querido companheiro de bancada João Ezequiel, nós, Vereadores do PSOL, fazemos,
a partir da reposição inflacionária desse ano, uma doação voluntária para
instituições que trabalham – no meu caso – com educação de crianças, jovens e
adultos. Infelizmente, nos últimos meses, eu não tenho revertido esse dinheiro,
por conta de problemas com relações às eleições que se avizinham. Mas,
finalizado o processo eleitoral, o pleito do Município, eu voltarei a fazer
esses repasses com o maior prazer. Visto que a nossa posição, como muito bem
destacada pelo Ver. João, é justamente de que há uma supervalorização da
atividade política do Brasil em termos remuneratórios. A nossa função pública é
importante? É, é claro, mas ela tem a valorização justa? Quando nós conversamos
com as pessoas pelas ruas, todos, em unanimidade, dizem que políticos ganham
muito. Eu, em minha modesta opinião, acredito nisso também, e não é demagogia.
Alguns Vereadores sobem nesta tribuna dizendo que estamos fazendo demagogia,
mas eu sou professor, a minha base de referência, o meu parâmetro de análise é
o salário da minha categoria, dos meus colegas professores. Um professor que
entra no Município de Porto Alegre, recém ingressante no cargo, recebe em torno
de R$ 2 mil para 20 horas, em torno de R$ 4 mil para 40 horas semanais. Esse é
o meu parâmetro, essa é a minha referência. Portanto, o salário dos Vereadores,
na minha modesta opinião, é
a referência. Portanto, o salário dos Vereadores, na minha modesta opinião, é
exageradamente alto, visto que, é claro, estou puxando a brasa para o meu
assado, a função social desempenhada pelos professores é muito mais importante
do que várias outras, porque, sem educação, nós temos o País do jeito que está.
Se reclamamos que existem problemas na área da segurança, na área da saúde, em
todas as áreas, é porque falta a base, falta o início do trabalho, falta o
trabalho de educação, de cultura, de humanização das nossas crianças e jovens.
Dessa forma, a minha solidariedade aos colegas professores que, no Brasil
inteiro, não apenas em Porto Alegre, não apenas no nosso Estado, são
massacrados, trabalham excessivamente e agora, por delírios de pessoas que são
completamente fora desse campo de trabalho, querem intervir no nosso trabalho,
nos nossos planos pedagógicos, colocando mordaça nos colegas professores,
impedindo que nós possamos trabalhar a criticidade e a visão de mundo que
permite que as pessoas se libertem de suas amarras e que possam construir um
País melhor. Uma boa-tarde a todos e vamos à votação!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Apregoo e defiro o Requerimento de
autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando que seja votada em destaque a
Emenda nº 01 ao PLL nº 217/16.
Em
votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 217/16. (Pausa.) O Ver. Marcelo
Sgarbossa está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 01,
destacada, ao PLL nº 217/16.
O SR. MARCELO SGARBOSSA: Sr. Presidente, estou apenas encaminhando
para justificar o nosso voto contrário. A emenda do Ver. Clàudio Janta, com
todo o respeito, diz que os Vereadores podem doar os seus subsídios, parte dos
seus subsídios. Bom, isso qualquer um pode fazer. Não precisa ter uma lei, não
precisa dizer a quem doar, se é para alguém da família com problema de saúde,
se é para uma entidade. Então, Ver. Janta, ousamos discordar, porque isso já é
possível de fazer. Então, realmente, não vemos sentido algum em aprovar uma
emenda que diz que a gente pode fazer o que nós já podemos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 217/16.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, às
vezes, eu tenho dificuldade de entender o que acontece na Casa. O Ver. Janta
propõe, com toda a clareza, a inclusão de um artigo no projeto que nós estamos
votando, cujo teor quero estabelecer: “Os Vereadores poderão optar pela doação
do reajuste de subsídios devendo definir entidade ou organização não
governamental que atuem no âmbito do Município de Porto Alegre, devendo
priorizar entidades com título de Utilidade Pública Municipal”. O Vereador que
nos antecedeu entende, e a rigor poderia ter toda a razão, de que o que está
aqui escrito seria desnecessário, já que a liberdade do Vereador de fazer ou
deixar de fazer determinadas coisas está assegurada. Parece que o que Ver.
Janta efetivamente está querendo com isso é deixar claro que esse farisaísmo,
essa hipocrisia de dizer que os ganhos decorrentes de qualquer aumento são
repassados em bolsas, em ranchos, para determinadas pessoas ou entidades, que isso
é uma faculdade que se tem, e ele está reafirmando essa faculdade! Até para
desaparecer essa história de que isso é discurso. Eu já disse anteriormente, eu
faço, Ver. Villela, V. Exa. até conhece algumas das entidades, sistemáticas
doações mensais. E dai? Faço! É direito meu fazer. Eu reconheço qual entidade,
a meu juízo, é merecedora de ter o apoio. Claro que não faço economia do meu
salário a ponto de ter tamanha condição de recursos que, numa campanha
eleitoral, vá botar propaganda de R$ 14 mil na capa do jornal Zero Hora. Isso
eu não consigo fazer. Aí é magia. E eu não sei ser mágico! Eu vivo a realidade,
não a magia.
Então,
Sr. Presidente, eu acho que tudo isso... Nós não precisaríamos nem votar hoje
aqui; não vamos votar e pronto. O salário vai continuar sendo esse e está
acabado! Não precisa a Câmara se reunir para declarar que está engessado o
salário do Vereador. Não. O Presidente, com a sua Mesa - e eu lamento afirmar
mais uma vez, no meu juízo, tardiamente -, trouxe o projeto claro, dizendo, inclusive,
a forma pela qual, no futuro, a inflação, de acordo com o que estabelece a
Constituição, será repassada para os vencimentos. E, olha, Ver. Janta, vou
votar a favor do seu projeto. Afinal de contas, eu conheço a sua atuação. Nós
conhecemos sua atuação. Nós temos esse direito, vamos reafirmar o direito,
vamos reafirmar o óbvio. É o óbvio que pode ser até ululante, irritante, mas
ninguém quer ver o óbvio e ninguém mais quer ver esse discursinho: olha, dou
parte do meu salário para entidades caritativas. Parem de fazer demagogia com o
chapéu dos outros! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 217/16.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, acredito que a transparência não cabe se é autorizativa ou não é
autorizativa. A transparência cabe a nós demonstrar. Eu posso chegar aqui e
dizer que eu doo o meu salário. Para quem? Então, se esta Casa, a Casa do povo
de Porto Alegre é transparente, ela tem que ser transparente. Então essa emenda
é de transparência. Simplesmente isto. Agora estamos em campanha política. Vejo
pares aqui que assinaram e receberam a reposição da inflação. Eu lutei a minha
vida inteira para repor a inflação. Minha vida inteira. No primeiro dia em que
cheguei aqui, os Vereadores estavam sem repor a inflação. Isto aqui é um Poder
à parte da Prefeitura. Isto aqui é um outro Poder. Isto aqui é o Poder
Legislativo, apesar de muitas vezes andar a reboque do Executivo. É um Poder
Legislativo. É um outro Poder à parte, com regimento aparte, com funcionários,
com leis à parte, com receita à parte, agora, a transparência é geral para
todos. Então, se eu digo que dou uma parte do meu salário, nada mais justo que
seja uma instituição que esteja cadastrada no Município, que seja uma
instituição que todos saibam. Por que não pode ser? A única coisa que a emenda
diz é isso: “poderão optar”, não obriga ninguém a fazer isso, quem não quer
doar, não doe, agora, aqui diz que a doação é opção do Vereador, de seu
subsídio, devendo simplesmente definir uma entidade ou organização não
governamental que atua no âmbito do Município de Porto Alegre, porque recebem
dinheiro de Porto Alegre, devendo priorizar entidades com o título de Utilidade
Pública no Município
de Porto Alegre. Somente isso a emenda, uma emenda de transparência. Vários
Vereadores sobem a esta tribuna e pregam a transparência, pregam que temos que
fazer as coisas transparentes. Então esse é o encaminhamento que fizemos, com
uma emenda simples, singela, uma vez que a Casa do Povo de Porto Alegre, que os
Vereadores desta Casa ficaram por quatro anos somente repondo a inflação – por
quatro anos os Vereadores não se deram aumento, fizeram somente a reposição da
inflação dos seus salários. Estamos, novamente, propondo que, no próximo
mandato, os Vereadores que aqui estiverem somente reponham a inflação de seus
salários.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Reginaldo Pujol, a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 217/16. (Pausa.) (Após a
chamada nominal.) APROVADA por 22
votos SIM e 03 votos NÃO.
Apregoo Declaração de Voto firmada pelo
Ver. Adeli Sell (Lê.): “Voto ‘não’ por não caber técnica e constitucionalmente.
Livre opção! Adeli Sell”.
Em votação o PLL nº 217/16. O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 217/16.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, a votação deste projeto ensejou e enseja os mais diversos
comentários, inclusive, discursos e mais discursos – também o meu.
Evidentemente, Sr. Presidente, nem tudo é da forma como é apresentado: um
desejo interminável de castigar os Vereadores, porque o povo ganha pouco. Não,
não é bem assim. Tem varias situações que mereceriam, inclusive, exame à parte.
Bastaria que se lesse a Constituição brasileira, no seu art. 38, que estabelece
que o servidor público eleito Vereador, podendo conciliar os horários, pode
receber pela função que detém no Poder Público e também o subsídio de Vereador;
ou, na pior das hipóteses – e isso ocorre com muita frequência –, optar pelos
vencimentos da sua carreira funcional.
Isso tudo é objeto do comentário que eu faço,
porque isso pode permitir que, muito em breve, os Parlamentos sejam ocupados só
pelos muito ricos, pelos aposentados ou por aqueles que têm bom emprego na
função pública e que podem, evidentemente, optar pelo vencimento que lhe é de
direito.
Eu fui Vereador a vida inteira, estou há oito
mandatos como Vereador, tenho muito orgulho de ser Vereador, tenho muito
respeito por esta Casa, onde o estoicismo sempre foi uma característica. E, por
isso, correndo o risco, inclusive, de ser o meu último mandato – a decisão é
popular, dentro de alguns dias –, eu não quero que fique, Ver. Mauro Zacher, no
meu currículo, a ideia que eu silenciei numa hora como esta. Não quero! Quero,
isso sim, deixar muito claro que acho que a decisão que, seguramente, a maioria
da Casa vai tomar não é aquela que qualifica melhor a ação do legislador e do
Parlamentar, nem a mais democrática. Pode até, ao final, caminhar por se
transformar numa decisão eletista, que resguarda espaços especiais para
determinadas pessoas poderem, portadoras de uma situação econômica melhor, se
dedicar à vereança, em detrimento daquelas outras que dependem da sua
remuneração para sobreviverem e manterem as suas posições. Eu estou seguro,
tranquilo e, acima de tudo, transparente. A rigor, eu poderia entrar no jogo e
dizer que abria mão do aumento; mas, não, eu não estou tratando da minha
situação pessoal, estou tratando da valorização da atividade parlamentar. O meu
voto haverá de ser declarado de forma a deixar muito presentes as circunstâncias
e as condições em que ele será proferido. Porque não há outro caminho, ou se
cumpre a lei ou não se cumpre a lei, e a lei determina que a Casa se manifeste
nesta hora. Eu acho que a manifestação da Casa nesta circunstância, ainda que
explicável, sob o ponto de vista político e eleitoral, sobre o que diz respeito
à ação parlamentar, não é o melhor que se possa encontrar. Deixo claro isso,
Sr. Presidente, com todo o risco que isso possa representar. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 217/16.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA:
Sr. Presidente, gostaria apenas de manifestar em relação ao projeto a opinião
da Bancada do PSOL. Anteriormente, fiz uma ressalva e parabenizei a Mesa pelo
bom senso de não elevar o teto. Mas, como devem ter percebido pela manifestação
dos dois Vereadores da Bancada PSOL, há contrariedade da nossa parte com
relação aos valores atuais. Portanto, nós não concordamos com os valores
atuais. Por isso, eu e a Ver. Fernanda Melchionna doamos os reajustes que
recebemos no início deste ano. E, portanto, somos contra a fixação desses
valores já com os reajustes embutidos. Assim, vamos votar contra esse projeto
por coerência ao que nós estamos aplicando. Boa tarde!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Reginaldo Pujol, o PLL nº 217/16. (Pausa.) (Após a chamada nominal) APROVADO por 25 votos SIM e 02 votos NÃO.
Declaração de Voto firmada pelo Ver. Reginaldo
Pujol (Lê.): “Nas circunstâncias presentes não há outra alternativa, isto é,
acompanhar a Mesa Diretora da Casa e votar pelo engessamento dos subsídios
parlamentares dos futuros integrantes da Casa. Assim, com as restrições já
apresentadas, voto favoravelmente. Reginaldo Pujol.”
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Marcelo Sgarbossa, solicitando que seja votada em destaque a Emenda nº 01 ao
PLL nº 218/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2157/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 218/16, de autoria da Mesa Diretora, que fixa os
subsídios mensais do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais de
Porto Alegre para a XVII Legislatura, período de 1º de janeiro de 2017 a 31 de
dezembro de 2020, e dá outras providências.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral
Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 22-09-16.
O SR. PRESIDENTE
(Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 218/16. (Pausa.) O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 218/16.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, os argumentos que já expus são suficientes
para justificar a posição que eu tomarei com relação a esta matéria. Se a Casa
votou, diante da austeridade e da conveniência, por se engessar a remuneração
dos Vereadores diante da crise brasileira, e porque os brasileiros ganham pouco
– e é verdade que ganham pouco, alguns ganham até o insuficiente para viver –,
se tudo isso justifica que a gente congele, Ver. Janta, a remuneração dos
Vereadores, não vejo como o futuro Prefeito de Porto Alegre não ter também
engessado o seu salário. Não vejo como. Não há condição de se ter esse duplo
entendimento. Além de se aprofundar de forma muito especial a circunstâncias
remuneratórias dos integrantes do Poder Executivo e do Legislativo, nós
teríamos um Prefeito com um bom salário, uma boa remuneração, acho até que
adequada no contexto atual, um Vice-Prefeito da mesma forma, e os Vereadores
engessados. Acho que não é justo isso. Nós não podemos penalizar os nossos
futuros integrantes desta Casa. Eu quero que todos raciocinem: ninguém sabe,
hoje, quem, efetivamente, irá integrar a Casa dentro de algum tempo. Não pensem
que os nossos discursos hoje aqui possam ser acusados de serem em interesse
próprio ou não, não há essa possibilidade. Ninguém tem bola de cristal para
saber quem vai votar, quem não vai votar, quem vai estar aqui a partir do próximo
ano.
Então eu quero, com grande respeito, carinho e
admiração aos signatários dessa emenda, antecipar desde logo meu voto
contrário. O futuro Prefeito de Porto Alegre vai ter que ter os seus salários
engessados como foram os dos futuros Vereadores da Cidade. Não podem ser dois
pesos e duas medidas, Ver. Ferronato. Não podem ser! Até porque vai continuar a
se estabelecer determinadas situações paradoxais.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte?
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Eu me sinto muito honrado em receber um aparte de V. Exa., um lutador, um homem
de posição a quem eu tenho muito respeito.
O Sr. João
Carlos Nedel: Eu tenho certeza de que V. Exa. não está se recordando que o
salário do Prefeito é o teto de remuneração também dos servidores do Município
de Porto Alegre, e V. Exa. se recorda que nós temos funções especiais no nosso
Município que já ganham valores, hoje, superiores ao Sr. Prefeito. Então nós
estaremos engessando também o salário de inúmeros funcionários municipais. Eu
estou só lembrando V. Exa. da repercussão disso junto aos nossos funcionários
municipais.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Eu
agradeço a lembrança de Vossa Excelência. Não vou dizer que ela é
desnecessária, porque já havia me lembrado disso anteriormente, porque pensei,
inclusive, nos servidores da Casa. O teto, para os servidores da Casa, é a
remuneração do Presidente da Casa, que é a maior remuneração. Então, eles já
estão engessados. O engessamento, Vereador, começou, agora ele é geral; ou
então, se não for geral, é injusto. Mais injusto do que está sendo até agora
será se nós abrirmos uma exceção em favor do futuro Prefeito, em favor do
Vice-Prefeito, vamos aprofundar esse fosso entre o exercício da Vereança e o
exercício da Prefeitura. Num país de presidencialismo exagerado, como o nosso,
é mais uma capitulação do Poder Legislativo.
Por isso, Vereador, com todo carinho que tenho a
V. Exa., aos colegas que são signatários dessa matéria, eu estou anunciando,
quando da votação da emenda, que vou votar contra, ainda que entenda que, no
mérito, esses valores são justos para Prefeito, mas, nas circunstâncias, como
coloquei na Declaração de Voto que fiz, eles se transformam injustos, porque
afundam mais ainda esse engessamento dos políticos que, pelo voto popular, irão
ter assento nesta Casa no ano de 2017. Até para que a injustiça seja tão
flagrante e tão endereçada, eu voto contra a essa emenda que será objeto de
deliberação da Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Engº Comassetto assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver. João Ezequiel está com a palavra para
discutir o PLL nº 218/16.
O SR. JOÃO
EZEQUIEL: Boa
tarde, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, colegas
trabalhadores que estão conosco no dia de hoje, eu queria, primeiramente,
esclarecer um ponto aqui sobre a minha votação e do Ver. Prof. Alex a respeito
do projeto anterior que trata sobre a fixação dos salários dos Vereadores. Nós
votamos contra porque esses valores que foram colocados hoje aqui já estão
reajustados. Esses valores foram ajustados anteriormente em 9,28%, em uma vez
somente. E, naquela ocasião, a Ver.ª Fernanda Melchionna, o Ver. Prof. Alex,
ambos do PSOL, se posicionaram e votaram contra esse aumento. Portanto, nós não
podemos votar a favor desses valores que são R$ 16.231,00 para o Presidente da
Câmara de Vereadores, e R$ 12.984,00 para os demais Vereadores. Nós fomos
contra, por isso, hoje, de novo, votamos contra.
Gente, a respeito da Emenda nº 01 ao PLL nº
218/16 – e eu queria, Sr. Presidente, que o senhor me corrigisse se eu estiver
errado –, de autoria dos Vereadores João Carlos Nedel, Idenir Cecchim, Kevin
Krieger e Guilherme Socias Villela. Tenho que dar os nomes, porque isso aqui é
uma Casa pública que administra de forma legislativa, fiscaliza a capital dos
gaúchos, Porto Alegre, portanto todos os atos aqui têm que ser públicos.
Portanto, de autoria dos Vereadores João Carlos Nedel, Idenir Cecchim, Kevin
Krieger e Guilherme Socias Villela, a emenda desses Vereadores, com todo o
respeito que tenho a todos vocês, quer passar o salário do Prefeito de R$ 19
mil para R$ 25 mil; e o salário do Vice-Prefeito de R$ 12 mil para R$ 21 mil!
Eu estou correto, Sr. Presidente? É essa a emenda? É essa a proposta de emenda?
Por favor, gente! Os municipários de Porto Alegre tiveram um reajuste de 9,28%,
em quatro vezes! Agora, tem Vereador aqui propondo um aumento de mais 30% para
o Prefeito e para o Vice-Prefeito, no próximo mandato! Qual será o Prefeito que
eles esperam que vá ganhar? Porque aqui deve ter algum acordo, já estão
esperando algum Prefeito para já aumentarem em 30% o salário do Prefeito e do
Vice. É impressionante isso aqui. Vereadores e Vereadoras, eu estou pasmo! A
cada ano, todos os anos, neste Governo, desde o Governo Fogaça/Fortunati,
depois Fortunati/Melo, e agora não sabemos quem virá pela frente, mas, em todos
esses governos, PMDB, PDT, nós, municipários de Porto Alegre, tivemos que lutar
em todos os anos, fazer greve em todos os anos, para garantir sabem o quê?
Apenas o reajuste da inflação. Então, essa emenda aqui é um deboche a todos os
trabalhadores de Porto Alegre; não só aos municipários não, mas também aos
vigilantes trabalhadores de Porto Alegre, aos professores, aos trabalhadores
que estão lá na ponta, nos hospitais municipais, nos postos de saúde, nas
escolas municipais, nas escolas infantis, nas escolas de ensino médio. Gente, é
uma vergonha, nós temos que votar contra essa emenda e também contra esse
projeto! Porque aqui fixa salários abusivos! Não pode não um Prefeito ganhar R$
25 mil! Não pode não um Vice-Prefeito ganhar R$ 21 mil na Capital dos gaúchos!
O nosso povo, gente, na periferia, está passando fome, tem que pegar ônibus
lotado, às 6 da manhã, e andar como se fosse uma sardinha enlatada, para
trabalhar 8 horas e não ganhar mil reais por mês! Isso aqui é um absurdo! Isso
aqui, todos os Vereadores e Vereadoras que tenham vergonha na cara têm que
votar contra! E os Vereadores que propuseram isso têm que retirar essa emenda!
Isso aqui é inaceitável, é uma afronta a todos os trabalhadores desta Cidade e
do Estado, inclusive, com esse Governo nefasto do Sartori, que vem parcelando
os salários dos servidores estaduais. É uma outra vergonha. É engraçado que o
salário dele ele não parcela. Esse Governo nefasto, que dá uma receita a todo o
País, a muitos prefeitos e a muitos governadores, que agora se irradia em
muitos municípios onde estão parcelando os salários. Mas eu mando um recado
aqui para Fortunati e Melo: não tentem parcelar o salário dos municipários de
Porto Alegre, porque se isso acontecer, haverá na Cidade a maior greve da
história da Capital! Um grande abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para
discutir o PLL nº 218/16.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Senhoras e senhores, Presidente Comassetto, Vereadores e
Vereadoras, ouvimos aqui uma verdadeira aula do Ver. Ezequiel, a verdadeira
aula de demagogia. É triste, lamento. Exatamente, V. Exa. não está a par do assunto,
V. Exa. está realmente querendo jogar para a torcida. Isso é antigo, isso é
política antiga, já superada. Pois bem, o que nós estamos vendo é o seguinte:
estamos cumprindo a nossa... V. Exa. diz que é contra o projeto, mas quero
dizer que temos obrigação constitucional – V. Exa., claro, não está sabendo –
de declarar, de indicar os subsídios para a próxima Legislatura. Já também,
tristemente, não aprovamos nenhum aumento para os Vereadores, que podiam, desde
2013, estar ganhando R$ 15 mil, quando ficamos ganhando R$ 8 mil em 2013,
depois passamos a R$ 10 mil, depois passamos a R$ 11 mil e, agora, estamos em
R$ 12 mil. Poderíamos estar ganhando R$ 15 mil há quatro anos, mas tudo bem.
Agora estamos, então, indicando o subsídio do nosso futuro Prefeito – que não
sabemos quem será – e do Vice-Prefeito também.
Só para dizer o seguinte: hoje o Prefeito ganha R$ 19 mil, acrescido, Ver. Sgarbossa, da Gratificação de Função que ele tem lá; já é R$ 19 mil o total hoje. O Presidente da Câmara ganha igual aos outros, mas ganha uma despesa de representação, que vai atingir os R$ 16 mil. Só para abrir a cabeça dos porto-alegrenses: hoje – hoje – o Prefeito de Curitiba ganha R$ 26 mil, e o nosso ganha R$ 19 mil. O Prefeito de Belo Horizonte ganha R$ 24 mil, e o nosso ganha R$ 19 mil. O de São Paulo ganha R$ 24 mil, e o nosso ganha R$ 19 mil. A partir do ano que vem, conforme os subsídios para determinação do salário dos prefeitos e Vereadores, o Ministro do STF, no ano que vem, na vigência de 1º de janeiro de 2017, ganhará R$ 39.293,32. Os Deputados Federais a mesma coisa. Os Deputados Estaduais perceberão R$ 29.470,04. E os Vereadores poderiam receber, a partir do ano que vem, R$ 22.102,53 – esse é o subsídio máximo dos Vereadores. E nós, Vereadores, ilustre Ver. Villela, continuaremos recebendo R$ 10 mil menos do limite. Olhem a contribuição dos Vereadores! E o Prefeito poderia ganhar R$ 33.153,79, ou seja, uma vez e meia o subsídio dos Vereadores ou o mesmo valor dos Deputados Estaduais, R$ 29.470,00. Nós estamos indicando a fixação de R$ 25.000,00. Então nós queremos um Prefeito que seja remunerado para bem atender esta Cidade e não ter dificuldades financeiras. E eu falei para o Ver. Reginaldo Pujol que o teto dos funcionários todos, da procuradoria, de todos os funcionários que tem já muito tempo de serviço, o teto é o salário do Prefeito. E se nós não aumentarmos o salário do Prefeito, estaremos engessando os salários de muitos e muitos funcionários. O que isso vai gerar? Um desincentivo à atividade pública, justamente em um momento de crise em que nós temos dificuldade de arrecadação. Qual é o incentivo que os funcionários terão, se congelarem os seus salários no limite do teto?
O Sr. João
Ezequiel: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado por permitir o
contraditório. Eu só queria dizer que, então, eu não estou louco. A emenda
propõe um aumento do salário do Prefeito para R$ 25.000,00 e do Vice-Prefeito
para R$ 21.000,00. Eu queria dizer para o senhor que o salário do Prefeito e do
Vice vem aumentando ao longo dos anos sem que aumente o salário dos servidores.
Portanto não está vinculado. Portanto, não está vinculado, como V. Exa. disse,
o salário dos servidores ao aumento do salário do Prefeito e do Vice – só para
deixar claro. A gente está há muitos anos lutando por aumento e até agora não
tivemos. O que a gente tem é reajuste da inflação, parcelado - há muitos anos.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ver. Ezequiel, o salário dos Vereadores, do Prefeito, para
seu conhecimento, não tem nenhuma vinculação com o salário dos funcionários,
nenhuma. V. Exa. não está a par disso e eu lamento. O salário do Prefeito é
constitucional, conforme eu falei aqui, limitado ao salário do ministro do STF,
dos Deputados Federais, dos Deputados Estaduais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência
dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLL nº 218/16.
O SR. AIRTO
FERRONATO:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, entre 1989 e 1996 eu estava
aqui na Câmara. Em 2009 voltei, 12 anos depois. Lá em 2009, numa aprovação dos
vencimentos dos Vereadores lá em 2008, foi aprovada uma regra aqui na Câmara
dizendo que o Vereador receberia 75% do salário do Deputado. Essa regra foi
considerada equivocada pelo Tribunal de Contas e não houve nenhum reajuste
naquele período. Isso em 2008. Em 2012, aconteceu exatamente o que aconteceu na
tarde de hoje. Nós estabelecemos um salário, os vencimentos, os subsídios dos
Vereadores para a próxima Legislatura, exatamente nos termos anteriores, com a
inflação – o que está acontecendo hoje. E os números do Ver. Nedel têm bastante
fundamento. O Prefeito de Porto Alegre, hoje, poderia estar com uma remuneração
em torno de R$ 29 mil por mês. E como existe a regra que fixa o salário que foi
fixado na Legislatura anterior, de uma vez e meia o salário do Prefeito,
mantendo isso, hoje mantemos, votamos assim, ficamos com uma questão difícil
para o servidor público, e também, por que não, é verdade, para aqueles
salários que são maiores no serviço público.
Dizem as nossas regras que o teto do salário, o
teto da remuneração dos servidores públicos é a remuneração do Prefeito. Nós
temos, hoje, centenas de servidores que estão no teto exatamente em função
desse valor. Subi à tribuna exatamente em função de uma afirmação do Ver.
Nedel, que afirma que estamos engessando os salários. Na verdade não estamos
engessando, na verdade estamos congelando o salário daqueles servidores que
chegam no teto do Prefeito, portanto vou votar favorável à emenda exatamente
porque, com isso, e é uma regra constitucional que diz isso, nós viabilizamos o
descongelamento para estas categorias de servidores da Câmara e do Executivo.
Portanto, respeitando a todos, minha posição é essa. Sou favorável.
A
Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Não tenho interferido, pois tenho claro que nossa posição é não dar
nenhum aumento no salário dos Vereadores; achamos, inclusive que não haveria
debate, tínhamos priorizado o projeto da vigilância, mas quero trazer uma
questão técnica: somos absolutamente contrários a alterar o salário do Prefeito
e dos Vereadores, considerando toda conjuntura. Até pergunto à Mesa: na verdade
uma emenda dessas tem repercussão financeira, e V. Exa. se remeteu a isso
agora, tem repercussão direta em função do salário de Prefeito e Vice, também
indireta, porque vai liberar teto do funcionalismo, apesar de o teto não ser
cumprido. Aliás, 500 funcionários recebem acima do salário do Prefeito. Então,
esta iniciativa, na minha opinião, é inclusive inconstitucional, e essa lei
inadequada deveria ser retirada pelos proponentes.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Só para registrar aqui: sou funcionário público
há 41 anos e compreendo a importância e a valorização de todos os salários dos
trabalhadores brasileiros. Portanto, se nós nos preocuparmos, “bom, esse tem
que tirar, aquele não”, nós estaremos prestando um desserviço àquela ideia de
valorização do trabalhador. Eu sou funcionário. Pela valorização do servidor
público, no caso, do município de Porto Alegre, eu voto “sim”.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLL nº 218/16.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, eu tenho um profundo temor de que tudo que falarmos aqui, neste
momento pré-eleitoral, vai servir para fazer uma profunda demagogia para a
esquerda, para a direita, para cima e para baixo, para todos os lados. No
momento em que nós temos salários picotados, no momento em que nós temos
ameaças de não pagamento em dia, nós estamos numa situação dramática. Mas
pensemos o seguinte: aqui nesta Casa e na Câmara Municipal, há determinadas
atividades, há determinadas funções nas quais as pessoas têm um profundo
conhecimento técnico-profissional e que têm desde a sua entrada aqui, ou como
no mercado de trabalho, na iniciativa privada, um determinado nível salarial.
Imaginem as senhoras e os senhores, se nós não resolvermos isso neste ano
ainda, seja nesta Legislatura – não sei se a gente vai conseguir resolver isso
– ou numa outra Legislatura mexendo, inclusive, no Estatuto do Funcionário
Público, nós perderemos profissionais da mais alta capacitação, seja na
Secretaria da Fazenda, seja na PGM, que vão pegar o chapéu, vão fazer concurso
em outro lugar. Nós não teremos, portanto, qualificação à altura. O serviço
público precisa de altos profissionais, precisa de muita capacitação técnica
profissional. Mas, infelizmente, nós temos uma estrutura no Município que não
privilegia esse profissionalismo. Nós terceirizamos algumas coisas de duvidosa
possibilidade de terceirização. Nós não temos funcionários capacitados,
qualificados. Nós discutimos aqui, por exemplo, nível superior para os agentes
de fiscalização, mas é o mínimo que se pede. Há candidatos que estão pregando,
inclusive, uma unificação de fiscalizações; tese antiga, o Secretário Adeli
Sell, em 2003, 2004, não fazia tábula rasa, levantava essa discussão.
Então, eu estou muito preocupado com a gente
perder profissionais, e nós vamos ter diminuição na receita, porque nós vamos
ficar com a Fazenda esvaziada, altos profissionais da Procuradoria do Município
vão embora. Como nós vamos resolver isso? Hoje, votar qualquer aumento, seja
para Vereador, que já não foi votado, seja para Prefeito ou Vice, é um
bombardeio em todos os lugares, mas esquecem que nós temos uma estrutura no
Brasil, que vai dos salários dos nossos ministros da Suprema Corte, presidentes
da República, desembargadores e assim por diante. Talvez este quid pro quo que nós estamos criando
hoje – aqui, inclusive – vá servir de possibilidade, Ferronato, de nós, ainda
neste ano, termos que meter a colher em muitas outras coisas para nós não
desmancharmos a estrutura funcional da Prefeitura de Porto Alegre.
O Sr. Airto
Ferronato: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentá-lo pelos
argumentos trazidos aqui. Quero dizer que, como V. Exa. sabe, fui funcionário
público federal, estadual e agora estou aqui no Município. Faz mais de 20 anos
que defendo a tese do teto único, ou seja, a remuneração das categorias
federais, estaduais e municipais devem ter o mesmo teto, senão nós caímos
naquilo que V. Exa. está dizendo aqui: eu assumo na Prefeitura, pensando e com
a alma voltada para o próximo concurso público. Meus parabéns.
O SR. ADELI
SELL: Exatamente.
Ou seja, onde estão os nossos Senadores e Deputados federais? Estão lavando as
mãos, porque legislam em nível federal; os Deputados estaduais, Villela – o
senhor foi deputado estadual –, estão olhando pouco ou quase nada para a
municipalidade, e nós estamos aqui com esse abacaxi na mão para tentar
resolver. Portanto, estou solicitando que as bancadas reflitam, que as
lideranças possam se reunir, que a gente possa discutir com as categorias
profissionais, a começar com o Sindicâmara e com as entidades representativas
dos servidores do Município de Porto Alegre, uma saída para essa situação. Nós
não podemos desmanchar o que é bom, capacitado, qualificado no serviço público,
fazer tábula rasa, porque numa empresa, as senhoras sabem, tem salários muito
diferenciados, afinal de contas, nós não estamos no socialismo real da União
Soviética, nós estamos no Brasil, num País capitalista, ainda, infelizmente,
selvagem. Nós temos que fazer uma profunda reflexão sobre a estrutura do Estado
brasileiro. Dessa maneira, eu acho que nós vamos ter que meter a colher, ainda
este ano, para resolver essa questão. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para
discutir o PLL nº 218/16.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa
tarde mais uma vez. Eu gostaria de iniciar a minha manifestação fazendo uma
pequena ressalva à fala do Ver. João Carlos Nedel. Ele subiu a esta tribuna e
disse que não há qualquer tipo de vinculação com relação à remuneração do
Prefeito e ao funcionalismo público. Na verdade, todos sabemos que o salário do
Prefeito Municipal estabelece o teto salarial de todo o funcionalismo público,
então há vinculação sim.
É inadmissível que um Vereador faça uso da palavra nesta tribuna para fazer afirmações mentirosas. O que ele acabou de afirmar, há pouco tempo, foi uma grandiosa mentira, exatamente do Vereador que propõe esse aumento obsceno para Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários. Com relação a esses vencimentos, a maior obscenidade é o aumento brutal de remuneração, conforme proposto pelo Ver. João Carlos Nedel e outros, com relação ao salário do Vice-Prefeito e dos secretários, que chega à ordem de 75%, sem qualquer tipo de parcelamento, sem qualquer tipo de pedalada, que é muito frequente hoje em dia. Não, é na bucha, 75%! Os subsídios do Vice-Prefeito e dos Secretários passam de R$ 12 mil e uns quebrados para R$ 21 mil. O subsídio do Vice-Prefeito! Isso é inadmissível, é inaceitável! É ofensivo, para mim, como servidor público municipal, sendo que eu represento aqui, nesta tribuna, todos os meus colegas professores municipais, que fazem parte da maior categoria do funcionalismo desta Cidade. Nós, professores, não somos valorizados, mas quando se faz uso da palavra nos veículos de comunicação, nas tribunas, todos enchem a boca para manifestar a sua opinião com relação à importância da educação para o nosso País, para o futuro da Nação; que a educação é muito importante para as nossas crianças, é a certeza de um futuro melhor. Agora, quando colocamos em prática a valorização do profissional que trabalha com educação, quando colocamos na ponta do lápis que tipo de melhorias são feitas nas nossas escolas, que tipo de recursos tem o investimento massivo por parte do Poder Público para qualificar as escolas, aí todo mundo se esconde, não tem dinheiro, é a crise, os tempos são difíceis e temos que entender! Só um pouco: quem tem que entender o quê? Para mim está muito claro: existem certas pessoas, certas categorias que têm benefícios extraordinários. No ano passado, aprovamos projetos de lei que concediam benefícios exorbitantes para algumas categorias do funcionalismo público. Isso é inadmissível! Que sejamos todos tratados com respeito, que tenhamos dignidade! Na hora das manifestações, nas greves, infelizmente, os colegas municipários da Fazenda, os Procuradores tiveram uma polpuda, um substancial aumento das suas remunerações. Infelizmente, somos tratados, sim, com diferenciação! Professores são relegados à quarta ou quinta categoria e isso é inaceitável, inadmissível! Boa tarde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, eu não sei se o Vereador disse que a minha
afirmação é mentirosa. Eu fico triste com isso, porque ele realmente não
conhece o assunto e se expressou equivocadamente.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para
discutir o PLL nº 218/16.
O SR. CLÀUDIO
JANTA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, público que nos assiste
através da TVCâmara, nobres pares que aqui subiram, principalmente os que
defenderam com muita veemência essa emenda. Nós começamos o mês de fevereiro,
nas reuniões de líderes, a discutir a questão do reajuste do subsídio para a
próxima legislatura, tanto dos Vereadores, quanto do futuro Prefeito –
fevereiro, Ver. Tarciso –, e nada foi feito. Eu acho que lá em fevereiro era
bem maduro nós darmos um reajuste para o Prefeito, de 31%; lá em fevereiro era
bem maduro nós darmos o reajuste de 82% para o Vice-Prefeito, que logo em
seguida, iríamos abrir as negociações dos municipários, e eles teriam uma base
para discutir a sua campanha salarial. Nós temos hoje, como já foi dito aqui,
mais de 500 funcionários que recebem o teto acima do Prefeito – 500
funcionários! Com esse subsídio de 25, quantos chegarão ao teto? Quantos mais
chegarão ao teto? Nós vamos qualificar o funcionalismo público lá nas UPAs, nas
Unidades Básicas de Saúde, nos programas de Saúde da Família? Nós vamos
qualificar o funcionalismo público nas escolas do Município? Nós vamos
qualificar o funcionalismo público nas creches municipais? Nós vamos qualificar
o funcionalismo público no atendimento do balcão? Ou nós vamos qualificar o
funcionalismo público só onde o povo não vê, só onde não chega o povo, ou só
onde há uma arrecadação que não preenche os anseios da sociedade; ou nós vamos
qualificar o funcionalismo público só onde a gente vê as manchetes nos jornais!
Só aí? Nós queremos, realmente, qualificar o funcionalismo público! Os
professores, os técnicos de enfermagem, os enfermeiros, os profissionais em
torno da saúde, o pessoal que trabalha em toda a área de educação, pessoal que
trabalha na limpeza urbana, pessoal que trabalha no saneamento, pessoal que
trabalha no DMAE. Agora, dar um reajuste de 82% para o Vice-Prefeito, dar um
reajuste de 31% para o Prefeito, e parcelar, pelo terceiro ano consecutivo, o
salário dos municipários, aí eu acho que nós estamos acendendo um pavio num
grande barril de pólvora. Lá no início do ano, em março, por aí, o Prefeito de
Porto Alegre disse que o salário dos servidores do Município seria parcelado.
Nós recebemos aqui o Secretário da Fazenda do Município e ele desenhou um
quadro nebuloso para as finanças da Cidade. Nós tivemos candidatos a prefeito
que desistiram de concorrer à Prefeitura de Porto Alegre baseados nas finanças
do Município. E aí nós vamos dar um reajuste, para o Vice-Prefeito, de 82%? Nós
vamos dar um reajuste, para o Prefeito, de 31%? Nenhum trabalhador alcançou
isso no Brasil! Nenhum trabalhador!
A Ministra que assumiu agora a presidência do
Supremo disse que vai rever o reajuste dado ao Judiciário, porque vai de
encontro ao que passa o povo brasileiro, os trabalhadores brasileiros. Eu acho
que a paridade começa pelo exemplo desta Casa: nós só repusemos a inflação.
Estamos repondo a inflação durante todo o nosso mandato. Encaminhamos para o
futuro mandato, para os próximos Vereadores, somente a reposição da inflação.
Aumento salarial se conquista na luta. Que os futuros Prefeito e Vice-Prefeito
se somem aos municipários de Porto Alegre na luta pelo reajuste salarial, por
ampliação das conquistas para melhorar o salário dos trabalhadores do Município
em todos os seus níveis, principalmente nas áreas da saúde, da educação e da segurança
pública, que é onde o povo mais necessita. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra
para discutir o PLL nº 218/16.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA:
Eu queria pedir atenção aos meus companheiros, da Bancada do PSOL, porque nós
temos aqui uma parceria, digamos assim, uma identidade ideológica, muitas
vezes, mas tenho que discordar dessa mudança de posição na votação do projeto
anterior. Eu acho que nós, Vereadores, temos uma excelente remuneração; o
Prefeito tem uma excelente remuneração, portanto, somos contra o aumento do
Prefeito e dos Vereadores. Mas eu perguntaria para a Bancada do PSOL: qual é o
justo, então? Quanto um Vereador tem que ganhar? Vejam, sei que neste ano o
Ver. Alex e a Ver.ª Fernanda devolveram o reajuste da inflação. Eu perguntaria:
por que não devolveram nos anos anteriores também? E acham justo a remuneração
de um Vereador ser de qual valor? Se acham justo R$ 10 mil, R$ 5 mil, R$ 4 mil,
devolvam todo esse montante, não devolvam só o reajuste da inflação – em
primeiro lugar. Eu acho que quem quer doar, doa. Tem uma frase que eu aprendi:
“Quem doa, o faz de forma anônima, não doa mostrando para todo mundo que doou.”
É uma discordância. Eu sei que é um ato político, mas da forma como divulgam,
dizendo que são os únicos que... Eu vou dizer então: eu votei contra aqui a
extinção dos estagiários, eu votei contra a criação do novo cargo, e até hoje
eu tenho um cargo aberto no meu gabinete, porque votei contra. E sou o único,
porque a Bancada do PSOL votou contra, mas pelo que sei – podem me corrigir –,
nomeou gente. Então, vamos parar com essa história do “eu sou o único”. Hoje,
acabei de dizer, essa mudança de posição... Estavam a favor do projeto e quando
perceberam que não se diferenciariam dos demais, um projeto que manteria a
remuneração, resolveram votar contra.
Fraternalmente, quero dizer aqui: nós votamos
contra o aumento dos Procuradores no final do ano passado. A Bancada do PT
votou contra porque ampliava a diferença salarial entre quem ganha menos e quem
ganha mais, mas a Bancada do PSOL, Ver. João, se absteve nessa votação.
Eu não preciso de sua concordância, Ver. Nedel,
não estou do seu lado. Ao dizer isto, não estou do seu lado. Estou aqui
discordando fraternalmente dos companheiros do PSOL, que acho que fizeram um
equívoco. Se tentaram se diferenciar... Uma votação, Ver. Nedel, que eu sei da
movimentação que tinha para aumentar o subsídio. Portanto, é uma vitória hoje
da Câmara não aumentar o subsídio, e é isso o que a imprensa deveria divulgar.
Mas com essa votação do PSOL, querem se diferenciar dizendo que são os únicos
que votaram contra. Então devolvam! Digam o quanto é justo e devolvam todos o
resto. E devolvam o reajuste dos anos anteriores! Simples assim.
O Sr. João
Ezequiel: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria dizer para o senhor
o seguinte: a coerência do nosso voto hoje aqui é porque nós já votamos contra
esse aumento, a nossa Bancada do PSOL votou contra o aumento em uma vez só de
9,28% no salário dos Vereadores. Portanto, nós não podemos vir aqui hoje e
referendar, respaldar esses valores aumentados. O PSOL é o único partido que
tem Parlamentar lá em Brasília e que não está envolvido em nenhuma questão da
Lava Jato. Então eu quero pedir para o senhor que, quando o senhor se referir
ao PSOL, o senhor respeite esse partido, que é um partido que saiu em 2003 do
PT, porque o PT já estava traindo a classe trabalhadora. O PSOL está aqui
votando de forma coerente, e me admira muito o senhor vir defender aumento de
salário de Vereador.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Por
favor, Ver. João Ezequiel, eu lhe cedi o microfone de apartes, mas não para
dizer mentira! Eu estou votando pela manutenção, pelo não aumento. Diz ele que
eu estou votando pelo aumento?
Por favor, me escutem: a nossa remuneração é R$
12.900,00, valor bruto. O Vereador ganha, com descontos de INSS, Imposto de
Renda, em torno de R$ 8 mil. Então, que a população saiba que é isso que
ganhamos. São R$ 8 mil e alguma coisa, não tenho bem os cálculos. É isso que
ganha um Vereador do PSOL! Um Vereador do PSOL ganha R$ 12 mil, devolve R$
400,00, R$ 500,00 do reajuste deste ano... Um Vereador do PSOL ganha R$
12.500,00 mais ou menos. É um baita salário! Essa é a verdade – como todos nós.
Então eu peço licença aqui. Não tem nada a ver, Ver. João Ezequiel, com a
questão da Lava Jato. Quer que eu diga que o PSOL aqui em Porto Alegre tinha
Vereadores candidatos a Deputados que eram homofóbicos, como o tal do Sr. Luigi Matté? É isso? ou quer que eu diga
que a Luciana Genro receber R$ 100 mil da Gerdau? Por favor, não tragam outros
assuntos. Estamos discutindo a questão do subsídio.
Era isso. Ver. João Carlos Nedel, terminou o meu
tempo. Ver. João Carlos Nedel, estamos em lados opostos ideologicamente,
portanto, se essa minha fala o contempla, eu não posso fazer nada, mas discordo
das suas posições em relação a aumentar a remuneração dos subsídios.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Vereador, eu estava concordando com a sua coerência e o elogiando. Eu não disse
que o senhor está do meu lado ou não, mas quero elogiá-lo pela sua coerência e
pelo seu equilíbrio. Só quero lembrar o que eu tenho ouvido, não tenho certeza
se isso acontece, que o PSOL devolveu, através do fundo partidário, um bom
recurso para a campanha dos seus Vereadores para esta Casa. Foi o que eu ouvi,
não tenho certeza se isso é correto. Obrigado.
O SR. MARCELO
SGARBOSSA: Ver.
Nedel, eu não quero entrar em outros temas, acho que temos nos fixar na questão
dos subsídios tanto do Prefeito como dos Vereadores e das Vereadoras. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Apregoo e defiro o Requerimento de autoria do
Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando que seja votado em destaque a Emenda nº 01
ao PLL nº 218/16.
Em votação a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº
218/16. (Pausa.) O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 218/16.
O SR. PROF.
ALEX FRAGA: Boa
tarde, senhoras e senhores, eu subi para fazer o encaminhamento da emenda
porque me entristece muito em minha profissão, em meu ofício, falar, falar,
falar para uma plateia que não quer escutar. Quando estávamos votando a emenda
do projeto anterior, Ver. Marcelo Sgarbossa, eu subi até esta tribuna para
encaminhar o projeto do subsídio dos Vereadores, e, no encaminhamento, eu falei
sobre a posição do meu partido; portanto, me surpreende a sua surpresa com
relação à nossa votação. Foi o que desencadeou esse pequeno descontentamento,
cuja manifestação o senhor proferiu há pouco. Portanto, eu gostaria que todos
os meus alunos, no momento em que estou me expressando, no momento em que estou
dando aula, prestassem atenção, mas eu não tenho como comandar a atenção de
todos. Quando estamos fazendo o uso da palavra, espera-se que os demais
Vereadores prestem atenção nas nossas manifestações. Se o Ver. Marcelo
Sgarbossa não prestou atenção no posicionamento que fiz ao encaminhamento da
votação, eu lamento, mas deveria tê-lo feito.
Vamos novamente reiterar a nossa posição de que é um absurdo esse reajuste astronômico para Prefeito e Vice-Prefeito, é obsceno, é descabido e, segundo palavras da atual Administração desta Cidade, comandada por Fortunati e Melo, o Orçamento do Município não comporta esse reajuste. Portanto, vamos respeitar a Cidade de todos nós e vamos votar negativamente com relação a esta emenda que aumenta até R$ 25 mil o salário do Prefeito e até R$ 21 mil o salário do Vice-Prefeito. Essa é posição do PSOL, falo em meu nome e em nome do Ver. João Ezequiel, que está junto comigo no plenário. Uma boa tarde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada por esta
presidência, a Emenda nº 01, destacada, ao PLL nº 218/16. (Pausa.)
O SR. IDENIR
CECCHIM:
Eu quero não só mudar meu voto para “não” como retirar a minha assinatura da
emenda, porque o Ver. João Carlos Nedel, que a apresentou, não compareceu à
votação. Meu voto é “não” e retiro a minha coassinatura.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): (Após a chamada nominal.) REJEITADA por 03 votos SIM e 18 votos NÃO.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Declaração de Voto firmada pelo Ver. Adeli Sell
(Lê.): “Voto Não. Proponho, apelando, rever legislação geral não perder
servidores qualificados que podem sair e migrar a outros espaços.”
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio
Janta, o PLL nº 218/16. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 20 votos SIM e 01 voto NÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1028/16 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 096/16,
de autoria do Ver. Engº Comassetto, que obriga as instituições bancárias
públicas ou privadas e as cooperativas de crédito localizadas no Município de
Porto Alegre a contratar vigilância armada para atuar 24h (vinte e quatro
horas) por dia, inclusive em finais de semana e feriados, e dá outras providências.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 05-09-16 por
força do art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 096/16. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Clàudio Janta, o
PLL nº 096/16. (Pausa.) (Após a chamada nominal.) APROVADO por 20 votos SIM.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1582/16 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 016/16, que
autoriza a desafetação das áreas com ocupação consolidada, denominada Vila
Arachanes, situadas no Bairro Espírito Santo, para posterior doação ao
Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB), para fins de regularização
fundiária.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Valter Nagelstein: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 19-09-16 por força do
art. 81 da LOM.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLE nº 016/16. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. DR. THIAGO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a verificação de
quórum.
O
SR. DELEGADO CLEITON: Vereador-Presidente, quero agradecer a
sensibilidade de todos os colegas, porque acabaram de abrigar as 40 famílias
que moram, há 40 anos, nesse espaço que está sendo desafetado pela Prefeitura.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito ao Ver. Delegado Cleiton, Secretário ad hoc, que proceda à chamada nominal
para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Dr. Thiago. (Pausa.) (Após a
chamada nominal.) Não há quórum.
Está encerrada a Ordem do Dia e os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h34min.)
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